domingo, agosto 07, 2005

Galeria de Exposições do Centro Cultural Luso-Moçambique

 

CULTURA ÁFRICA PORTUGAL MOÇAMBIQUE Cultura: Artistas africanos têm galeria em Lisboa para divulgar a sua arte
Manuela Ferreira, da Agência Lusa
Lisboa, 07 (Lusa) - Artistas africanos menos conhecidos pelos portugueses têm agora, em Lisboa, uma galeria que mostra alguns dos seus melhores trabalhos, sejam eles do ceramista Heitor Pais, do pintor José Pádua, ambos moçambicanos, ou do escultor angolano Magina.
Com pouco mais de seis meses de funcionamento, a Galeria de Exposições do Centro Cultural Luso-Moçambicano, na Loja 43 do Centro Comercial Apolo 70, promoveu já em vários pontos de Portugal seis exposições, a última das quais está patente, até ao final de Agosto, em Vila do Conde.
Nesta última exposição, que assinala o 30º aniversário da independência de Moçambique, estão expostos trabalhos de vários pintores moçambicanos com maior ou menor experiência - Butcheca, Saranga, José Pádua, Gumatsy, Quehá e Lívio de Morais.
O Centro Cultural Moçambicano criado em finais do ano passado agrega um leque variado de individualidades africanas, para além de artistas. Os antigos futebolistas Mário Wilson e Eusébio são alguns dos seus patrocinadores mais entusiastas.
O presidente, Lívio de Morais, um pintor moçambicano a residir em Portugal há 26 anos, explicou à Agência Lusa que "o objectivo e a razão de ser" do Centro Cultural é "a divulgação da cultura moçambicana e africana na Europa, através de Portugal, privilegiando a língua portuguesa".
Por razões históricas, não teria sentido o Centro Cultural Moçambicano nascer e ter sede noutro país europeu¯, comenta o pintor, acrescentando que o objectivo é também aproximar cada vez mais as culturas, "ao encontro da nova mentalidade universal do Conhecimento, Convivência, Tolerância e Paz Mundial".
Com 235 sócios, o centro visa actuar em diversas áreas para além da Cultura, com realce para a área social, onde  e acompanham já cidadãos moçambicanos com menores recursos, mesmo quando hospitalizados ou presos.
O associativismo é por natureza o meio de pensar, decidir e viver comum¯, salienta Lívio de Morais, explicando que entre os objectivos do centro está também o acompanhamento jurídico para garantia e defesa dos direitos sociais e humanos dos moçambicanos em Portugal.
As crianças, as mulheres e os estudantes universitários moçambicanos em Portugal merecem atenção particular deste Centro Cultural, que também pretende actuar na área de formação, prevendo-se o início de cursos de informática para Setembro.
A Gastronomia, o Desporto e a Saúde são outros sectores em que o Centro Cultural Moçambicano pretende desenvolver acções de dinamização.
A literatura africana, considerada como uma componente indispensável para a divulgação da língua africana e meio indispensável da cultura africana na Europa, merece também o interesse do Centro que pretende, nomeadamente, editar jovens escritores.
Contamos com o pouco que nos derem, nem que seja uma carta com umas palavras de encorajamento, diz Lívio de Morais, adiantando que qualquer oferta é bem vinda, quer se trate de livros, cadeiras, mesas ou pequenos donativos financeiros.
Enquanto sonham com uma sede em que possam ter uma biblioteca, dar apoio aos sócios e realizar acções de formação, foram dados passos decisivos com a abertura da Galeria de Exposições.
O português Paulo Ossião, o cabo-verdiano David Levy Lima, a guineense Manuela Jardim são alguns dos artistas integrados no projecto.
Neste momento, a Galeria tem em exposição obras de Malagatana, Lívio de Morais, Magina e Heitor Pais, que podem ser adquiridas por valores que oscilam entre algumas centenas de euros e os 1.400.


Sem comentários: